As Relações Públicas vêm ganhando espaço com o desenvolvimento de tecnologias e o fortalecimento da internet. Neste novo cenário, a Web 2.0 é, sem dúvida, a mais complexa e sedutora das ferramentas a serem estudadas e trabalhadas. Ela tornou a comunicação mais democrática e acessível, exigindo a interferência estratégica do profissional de RP para fazer a gestão das relações nas chamadas redes sociais virtuais. A internet possibilitou o resgate da vocação da atividade de RP, na medida em que as Relações Públicas gerenciam relacionamentos com lideranças.
A Web 2.0, criada em 2004, é a segunda geração da World Wide Web, uma tendência que reforça o conceito de colaboração, de troca de informações e conteúdo entre os internautas. Os sites mais famosos e que traduzem esta realidade, sobretudo aqui no Brasil, são o Orkut, que tem mais de 22 milhões de usuários, o Youtube, o Second Life, o Flickr, o MySpace, o Facebook e o Wikipedia. A expansão das chamadas redes sociais é, de fato, um fenômeno. A consultoria Emarketer estima que serão investidos US$ 2,02 bilhões em anúncios em sites de redes sociais este ano.
O mais popular e disseminado veículo da mídia social é o blog. É também um dos melhores meios para a construção de relacionamentos entre empresas e internautas. São aproximadamente 80 milhões de blogs no mundo – 80 mil novos por dia - onde cada indivíduo tem a possibilidade de editar seu próprio veículo, selecionar o que será notícia, editar o material de acordo com seus princípios e valores e ainda julgar, dizer se é bom ou ruim, se vale ou não vale a pena.
O blog permite às pessoas comuns compartilhar informações e idéias, de se engajar e ser engajada, de alimentar relações e gerar comunidades de interesses comuns. Este compartilhamento também tem servido para orientar o consumo. Portanto, quando alguém fala bem ou mal de um produto ou de uma marca na blogosfera, há uma forte tendência de que estas opiniões sejam aceitas e amplamente disseminadas na rede.
Antes da internet e da Web 2.0, as empresas tinham apenas dois caminhos significativos para se relacionar com seus consumidores: aplicar um bom montante de recursos para anunciar em veículos tradicionais ou investir na mídia espontânea. As duas opções ainda são bastante pertinentes. Mas a internet mudou um pouco as regras. As organizações que entendem os novos princípios da comunicação podem desenvolver um relacionamento direto com os consumidores no ambiente virtual.
Mas é importante ressaltar que a imprensa tradicional e a especializada ainda são fundamentais para qualquer projeto de Relações Públicas. Suas capacidades de crítica e mobilização da opinião pública, além do grande alcance, continuam legítimas e necessárias para a grande maioria das organizações como meio de se relacionar com seus stakeholders.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
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8 comentários:
O jornalista Pedro Doria escreveu um artigo muito provocador, no Link, sobre as questões "alcance" e "pretensão" na blogosfera.
http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=13062
Obrigado pela dica, Thiago. Farei a leitura do artigo. Aproveito para tornar público o fato de você ter sido um dos responsáveis pelos meus estudos de Web 2.0.
Rodrigo, parabéns pelo blog e, principalmente, pelos textos. Tenho acompanhado todo o movimento das redes sociais e em especial a blogosfera. O fato é que muitas empresas ainda não descobriram a importãncia deste fenômeno comunicativo cibercultural para os negócios. É preciso, por exemplo, ouvir as conversações que transitam pelas comunidades virtuais de consumo para descobrir as verdadeiras insatisfações e necessidades dos consumidores com relação às marcas, produtos e serviços. No meu entendimento, muitas empresas estão aderindo aos blogs corporativos muito mais como modismo gerencial do que como estratégia de relacionamento com os públicos e com os líderes de opinião.
Grande abraço!
http://fabioalbuquerque.blogspot.com
Oi Fábio, concordo amplamente com você. Entendo que o momento ainda é de muita análise e observação. As empresas, na sua grande maioria, não estão preparadas para a comunicação bidirecional. Falar sempre foi melhor do que ouvir para as organizações. Mas este cenário, felizmente, está mudando...
Rodrigo, vejo um novo problema surgindo. Li uma matéria alguns minutos atrás dizendo sobre a falta de profissionais para trabalhar com mídias sociais. Ok, é tudo muito experimental ainda, mas dizer que um salário de R$ 2 mil é bom só pode ser brincadeira. As agências especializadas nesse nicho estão pipocando, mas já começam nivelando por baixo e ainda reclamam que a concorrência por profissionais é feroz. Desse jeito, não dá pra segurar ninguém mesmo.
Não sabia dessa... coloquei nos favoritos e virei leitora! Legal, me sinto mais pertos dos seus ensinamentos novamente! saudades, fê
Fê, apareça quando quiser.
Edu, a tarefa de promover comunicação e relacionamento na mídia social tem sido das agências de propaganda. As empresas de RP ainda não estão "fazendo dinheiro" neste nicho. Quando a grana começar a entrar, certamente, teremos ofertas de salário bem maiores. Vc tem toda razão.
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