sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Lula e o Bolsa Família. O bem-estar de muitos

O presidente Lula vive uma condição privilegiada. Ele é protagonista tanto lá fora como por aqui em terras tupiniquins. Aliás, a grande maioria da sociedade brasileira o aprova. Nunca na história desse país, um governante teve uma popularidade tão alta. Segundo a CNI/Ibope, seu governo é considerado ótimo ou bom por 77% dos brasileiros. Ele é mais bem avaliado na região Nordeste, com 83%, e a menor aprovação vem do Sul, onde ele tem 71%.

Ele parece ser o cara! Mas a explicação dessa popularidade não está no fato de ele pertencer a uma das mais populares torcidas do país, a do Corinthians. Ela pode estar no Bolsa Família, principal programa de transferência de renda, que atende a 12 milhões de famílias. Isso que dizer que cerca de 60 milhões de pessoas no Brasil se beneficiam diretamente dessa iniciativa, que já foi legitimada pela população.
Julgando o fato pelos princípios de Bentham podemos dizer que os brasileiros estão aprovando o Lula, porque o Bolsa Família está aumentando a felicidade de um maior número. As ações são julgadas certas, neste caso, pela virtude de suas conseqüências. Mais gente está consumindo e comendo! A única conseqüência que permite atribuir à iniciativa que lhe ensejou um valor positivo é a quantidade de bem-estar que dela decorre. O bom efeito não está no êxito do Lula, mas na alegria de milhões de brasileiros.

Esse consequencialismo, baseado na felicidade do maior número, reflete uma moral finalista. Se recorrêssemos a Maquiavel, poderíamos dizer que o Bolsa Família não vale por ele mesmo, mas pelos seus efeitos e pele felicidade do agente, ou seja, do Lula. O efeito bom para qualquer ação é permitir a quem age, no caso o presidente, obter o que pretendia.

Portanto, Lula agiu bem porque determinou um efeito coincidente com o que pretendia quando lançou o Bolsa Família, se julgarmos que ele desejava poder político, reconhecimento e legitimidade. Agiu bem porque se deu bem, porque conseguiu o que queria. E como Lula se deu bem! Como nunca, acho. Para completar sua potência, falta um título no ano do Centenário do Corinthians. É isso!