terça-feira, 19 de agosto de 2008

Selecionar blogs de interesse não é plano de mídia

Ao contrário do que muitos têm feito no mercado de comunicação, divulgar uma marca ou um produto na blogosfera exige do gestor de comunicação mais do que a elaboração de um plano de mídia que contemple os blogs de maior audiência. A lista dos 100 mais lidos deve servir apenas de base para um trabalho inteligente na rede. O alvo é a pessoa que está por trás de um blog XPTO, medindo a sua capacidade de influência e de trato da informação relevante que você pretende disseminar.

Este tema foi levantado de forma brilhante, ontem, por Wagner Martins, no evento da Info Exame Redes Sociais – a nova mídia é o consumidor. Segundo ele, há ótimos blogs na mídia tradicional, por exemplo, que não aparecem nas listas de mais acessados, como os do Juca Kfouri, Paulo Henrique Amorin e Marcos Mion, mas que têm enorme penetração. A chave do sucesso, na opinião de Martins, é a descentralização. Ou seja, pensar na blogosfera como algo distinto do modelo de mídia de massa com o qual estamos acostumados.

Muitos blogueiros podem não estar dispostos a abrir as suas portas para os interesses de empresas e agências. Há espaços onde você pode não ser bem-vindo. Portanto, é fundamental combinar a construção e o fomento de relacionamentos com a relevância da informação. Conseguimos realizar parte deste trabalho mapeando a rede, identificando quem são os comunicadores, os especialistas e os vendedores. Ou, na linguagem da propaganda, abelha ou alfa. Neste cenário, entendo que temos de considerar amostragens de blogs.

Blog não é um meio de massa, mas de nicho. Prefiro chamar de meio. Questiono bastante se estes diários eletrônicos são, por natureza, uma mídia. Em pouco tempo – em dois ou três anos, talvez – é possível que cada um de nós tenha um blog, assim como temos um e-mail. Em muitos casos, mais de um e-mail e, portanto, poderemos ter dois ou mais blogs. Pensar na blogosfera apenas como mídia é uma forma limitada de ler o Ciberespaço. Na blogosfera, a comunicação deve ser one-to-one e humanizada.