quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Abracom promove bate-papo sobre a comunicação no ambiente digital

A Associação Brasileira das Agências de Comunicação promove um encontro sobre a comunicação no ambiente digital, no próximo dia 28, das 9h às 12h, no auditório Spazio JK, no Itaim.

Um dos temas mais relevantes neste bate-papo - como prefere chamar a Abracom - será o desafio da comunicação corporativa na web 2.0. Além de profissionais das agências e interessados no tema, estarão por lá Ralphe Manzoni Jr. e André de Abreu.

A Abracom aproveitará o debate para anunciar oficialmente a criação do grupo de trabalho sobre comunicação digital da entidade, do qual faço parte.

ABRP anuncia realização de prêmio da entidade

A Associação Brasileira de Relações Públicas realiza, no próximo dia 28 de outubro, às 19h30, no Campus Anália Franco da Universidade Cruzeiro do Sul, a 26ª edição do Prêmio ABRP. A ABRP congrega profissionais, acadêmicos e estudantes de Relações Públicas oferecendo cursos, encontros e o concurso para o aprimoramento do exercício da profissão.

O objetivo é estimular o aperfeiçoamento da formação acadêmica e reconhecer a excelência dos futuros profissionais de Relações Públicas, incentivando-os a apresentar o resultado de seus trabalhos de conclusão de curso. Na ocasião será, também, homenageado um profissional que tenha contribuído de forma decisiva para o desenvolvimento das Relações Públicas com o Troféu Candido Teobaldo.

Mais informações:abrpsp@abrpsp.org.br ou 11 55871161.

ECA promove debates sobre comunicação

A Agência de Comunicações ECA Jr. realiza o V Ciclorama, semana de palestras, debates e apresentação de cases sobre comunicação. O evento terá como tema “A comunicação integrada no mercado atual – importância, objetivos e novos parâmetros” e ocorrerá de 3 a 7 de novembro de 2008, das 19h30 às 22h30 na Universidade de São Paulo. O Ciclorama tem como objetivo aproximar academia e mercado para complementar a formação dos graduandos de comunicação por meio da aproximação dos alunos com profissionais que estão em destaque no cenário atual.

Local: Auditório Paulo Emílio – Av. Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443 - Prédio da Administração – Escola de Comunicações e Artes. Mais informações: 11 3481 17 77.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A comunicação interna em transição com a Web 2.0

As mudanças nas relações sociais e na comunicação das empresas com seus consumidores, motivadas pela Web 2.0, também devem atingir, com mais intensidade, a comunicação interna das organizações. O público interno se torna cada vez mais estratégico, na medida em que o fator relacionamento ganha mais peso na economia. Com muito mais informação, todos têm mais capacidade de formar opinião, ler realidades e contribuir com os negócios da empresa.

A chamada Comunicação Interna 2.0 deve ser entendida com uma oportunidade para a geração de conhecimento em rede. Para inovar, empresas precisam usar todo o capital intelectual – é a inteligência coletiva levantada por Pierre Levy. As novas tecnologias permitem o compartilhamento da informação que ainda não foi documentada, da informação não-estruturada em base de dados.

É uma nova forma de produzir conhecimento, por meio de conexões sociais e de ações dirigidas por comunidades, que se utilizam ou se apropriam de ferramentas interativas disponíveis nos ambientes de rede. Neste novo cenário, a comunicação vertical e o conhecimento tradicional dão lugar para a comunicação multidirecional e a inteligência coletiva.

Para Manuel Castells, há cinco aspectos centrais deste novo paradigma: a informação é matéria-prima; as novas tecnologias penetram em todas as atividades humanas; a lógica de redes em qualquer sistema ou conjunto de relações usando essas novas tecnologias; a flexibilidade de organização e reorganização de processos, organizações e instituições; e, por fim, a crescente convergência de tecnologias específicas para um sistema altamente integrado.

Devemos considerar aqui a tendência de mudança de atitude dos que participam de comunidades em rede, de confiarem mais em seus pares e menos em informações institucionais. Carlos Nepomuceno nos lembra que o indivíduo isolado sai de cena, para dar lugar à comunidade. O gênio fechado em uma sala perde força diante do poder interativo de uma rede de especialistas. O esforço da informação individual isolada se rende ao poder da rede e suas múltiplas possibilidades.

Pierre Levy diz que o crescimento do ciberespaço resulta de um movimento internacional de jovens ávidos para experimentar, coletivamente, formas de comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propõem. Mas é importante destacar que a organização deve ser preparada para a adoção de ferramentas interativas e de colaboração. Nem todos estão prontos. Carlos Nepomuceno aponta algumas lições sobre as mudanças de paradigmas da comunicação humana, a saber:

- A chegada de uma nova tecnologia de comunicação capaz de quebrar paradigmas induz mudanças na maneira de gerar conhecimento.
- O novo meio de comunicação apenas potencializa o novo, mas não o concretiza.
- Há sempre uma primeira tentativa de utilizar o novo meio como se fosse igual ao anterior.
- A difusão do novo meio não é natural: tem de ser incentivada.
- Um grupo conservador tentará minimizar o potencial máximo do novo meio.
- Novos paradigmas de comunicação marcam fortes mudanças sociais.

As organizações - como sistemas sociais de comunicação que estabelecem redes dinâmicas - devem ser capazes de se ajustar ao novo. A hierarquia não deve ser mais imposta, mas conquistada. O líder, figura-chave neste processo, será um grande influenciador, se demonstrar verdade em seu discurso e se souber gerenciar as diferenças. É um desafio a todos, se considerarmos que a tecnologia é fácil de mudar, cultura não. Mas é um caminho sem volta e quem estiver preparado, certamente, agregará valor e performance ao seu negócio.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Web 2.0 exige das empresas novos canais e formas de comunicação

O crescimento e a influência das redes sociais e blogs têm mudado a maneira como as empresas se relacionam com os seus stakeholders. A comunicação passou a ser horizontal, one to one e humanizada. Mais do que consumir produtos, marcas e informações, as pessoas querem dialogar com as organizações e estão buscando canais para fazer isso.

Este movimento da sociedade nas relações interpessoais e de consumo tem impactado na imagem e reputação das empresas, que agora precisam, mais do que nunca, estar preparadas para uma nova ordem de relacionamentos – mais clara e verdadeira.

Este tema foi destaque, nesta quarta-feira, em um suplemento especial do jornal Valor Econômico, intitulado Uma única face, que traz uma fotografia do mercado de comunicação empresarial no Brasil. Recomendo, sobretudo, a leitura da reportagem Clientela 2.0 pede interatividade, que destaca que as organizações estão aprendendo a lidar com as plataformas digitais num cenário em que funcionários e clientes são também formadores de opinião.


terça-feira, 7 de outubro de 2008

A voz da Web 2.0

Quando a internet se popularizou no mundo todo, no fim dos anos 90, alguns pensaram que o ápice da tecnologia já havia acontecido. No entanto, muito mais estava por vir. No Brasil, o número de pessoas com algum tipo de acesso à Internet em casa dobrou no período de três anos, segundo levantamento divulgado no final de julho pelo Ibope/NetRatings. Em junho de 2005, de acordo com a pesquisa, eram 18,3 milhões os brasileiros com acesso residencial à web, número que em junho deste ano saltou para 35,5 milhões. O tempo médio mensal de uso da Internet em junho daquele ano era de 16 horas e 54 minutos, pulando para 23 horas e 12 minutos no mesmo mês deste ano. Tais números deixam claro que a popularização da Internet se expande a cada dia e culminou em uma nova forma de uso deste meio.

Hoje vivemos a segunda geração da World Wide Web, que nos mostra cada vez mais potencial de uso, tanto pelo usuário final quanto pelo corporativo. O conceito de troca de informações em um ambiente dinâmico e interativo tomou proporções estratégicas, forçando uma mudança comportamental das empresas em relação às oportunidades de negócios e a seus colaboradores internos. No âmbito comercial, a Web 2.0 cria uma nova atmosfera, na qual consumidores e empresas desempenham em igualdade o papel de pensar produtos e serviços.

Há pouco tempo, os clientes eram passivos às inovações, ficando à espera do que viria de novidade tecnológica das grandes companhias de TI, por exemplo. Hoje, este mesmo cliente tem vias de acesso direto às empresas com as quais se identifica, dando sugestões, críticas e idéias, contribuindo e movimentando efetivamente as empresas. Esta responsabilidade também é dividida pelos funcionários das corporações, que hoje participam, de fato, do negócio ao encontrar internamente espaços abertos à criatividade e à inovação, além de meios de comunicação interativos com as lideranças.

Blogs internos e externos são as ferramentas mais “tradicionais” que compõem a Web 2.0, envolvendo clientes, comunidades e funcionários, mas há outros que têm se popularizado rapidamente, como as páginas Wikis (a Wikipedia é um exemplo) e as ferramentas de distribuição de informações RSS (Really Simple Syndication). Internamente, o uso da Web 2.0 favorece a motivação das equipes, que deixam para trás a estirpe apenas operacional de suas funções para ostentar um papel estratégico, contribuindo para o business de alguma forma e fazendo-se ouvir dentro de toda a corporação. Pensando historicamente nas hierarquias corporativas, isto era impensável até alguns anos atrás, quando era praticamente impossível um profissional da área administrativa, por exemplo, fazer uma sugestão à alta diretoria da empresa, de forma direta e compartilhada.

Na era da Web 2.0, as inovações deixam de ser mérito de grandes multinacionais ou estrategistas de peso e passam a ser resultado de uma parceria da empresa com seus funcionários, clientes e usuários, estabelecida em uma plataforma de duas vias. Porém, tamanho avanço na comunicação também alicerça uma ameaça. A partir do momento que uma idéia interessante não é aproveitada pela empresa, ela fica à disposição da concorrência, que pode visualizar uma brecha de oportunidade e alavancar um grande novo negócio.

Outro exemplo negativo acontece quando a Web 2.0 é usada sem discernimento, com o único propósito de manipular a opinião pública e a decisão dos consumidores. O marketing certamente encontra nos blogs e redes sociais boas oportunidades - diferenciadas e dirigidas -, mas não é fácil acertar o tom. Grandes multinacionais já amarguraram o resultado negativo de ações mal pensadas, em que o alcance da Web 2.0 levou a dimensões muito maiores.

Para se tirar o melhor proveito da atual fase da rede mundial de computadores é preciso tratá-la com seriedade e transparência e estar disposto a enfrentar de forma construtiva as críticas que certamente aparecerão. Aqui, vale a famosa reflexão: “Não faça perguntas se você não está disposto a ouvir as respostas”. Em suma, na era da Web 2.0, não adianta ser moderna e ousada se a empresa não está, de fato, preparada para encarar seus pontos fracos, dialogar e agir para contorná-los.

Por Juceli Azevedo, diretor de Comunicação da Dell Brasil