quinta-feira, 24 de março de 2011

Planejamento e gestão de crise 1

Com alguns anos dedicados ao planejamento e gestão de crises de empresas e poder público, decidi compartilhar a experiência acumulada, incluindo a prática e a literatura deesenvolvida por colegas especialistas. Neste post, me dedico a um template de questionário para identificação de  focos de crise. Mas vale reforçar: a vida inteligente não cabe em um slide de PPT ou em qualquer outro formato. Portanto, o modelo abaixo deve servir apenas como inspiração.

Quais são as suas áreas primárias de responsabilidade?
O que acha que sua área faz particularmente bem?
Que coisas ela poderia fazer melhor?
Quando ocorre um sinal de problema na sua área, ele é imediatamente enfrentado ou demora um pouco até que isso aconteça?
O que é uma crise para você?
No que ela se difere de eventos rotineiros?
Aconteceu alguma coisa em sua área de atuação que poderia ser definida como um problema mais grave ou uma crise?
Se uma crise fosse acontecer na área em que você atua, o que ela envolveria?
Que tipo de sinal de alerta você acha que precederia uma crise grave?
Já detectou algum sinal de alerta desse tipo no passado? O que aconteceu?
Alguns desses sinais de alerta do passado continuam a ser encarados de uma forma que você considera inadequada?
De que modo a área em que você atua conseguiria conduzir uma crise?
Que outro tipo de crise você acha que poderia acontecer fora de sua área específica de atuação, considerando a empresa como um todo?
Qual dessas crises você acredita que a empresa está preparada para enfrentar. Por quê?
Haveria algum outro tipo de crise que, se acontecesse, não o surpreenderia?
Que crises a sua empresa não estaria preparada para enfrentar. Por quê?
De que forma a sua empresa conseguiria conduzir uma crise?
Se pudesse mudar algo na empresa, quais medidas tomaria?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Começa uma transformação no ensino

A Anhanguera Educacional anuncia hoje a integração de Google Apps for Business em sua base tecnológica. Com a aquisição, a instituição passa a ser a primeira de seu setor no Brasil a adotar a versão “for business”, além de ser o maior grupo educacional a utilizar a ferramenta na América Latina. A aquisição representa um passo importante para levar a educação brasileira para patamares internacionais de inovação, com o propósito de transformar o ensino, interferindo diretamente nas relações entre professores e alunos e nas formas de aprendizado.
A aquisição da plataforma Google Apps faz parte de uma série de investimentos em tecnologia que Anhanguera Educacional vem realizando para continuar a oferecer aos alunos educação com qualidade e conveniência, seguindo as normas do Ministério da Educação. A estratégia de negócios e pedagógica contempla o uso de canais de satélite, que hoje somam 27, e internet. “Já somos uma companhia de mídia dentro do setor de educação”, afirma Alexandre Dias, CEO da Anhanguera. Todos os mais de 310 mil alunos do grupo e egressos terão acesso irrestrito ao Google Apps for Business, além de professores e funcionários técnico-administrativos.

A implantação da plataforma de Google oferecerá diversos benefícios. A solução estimulará o autoaprendizado, a colaboração e a troca de experiências e conhecimento, sem os custos e a complexidade de manutenção e atualização de hardware e software. “O investimento em tecnologia é fundamental para as instituições de ensino continuarem a crescer com qualidade e eficiência”, comenta Antonio Schuch, diretor de enterprise do Google para a América Latina. Segundo o executivo, mais de dez milhões de estudantes ao redor do mundo usam Google Apps em instituições como Brown University, Northwestern University, University of Southern Califórnia, Arizona State University, University of Notre Dame, entre outras.

Na prática, a solução de Google permitirá a alunos e professores, por exemplo, terem uma conta de e-mail e criar sites, onde poderão hospedar e compartilhar conteúdos, como trabalhos, provas, textos complementares, reportagens da imprensa, vídeos e audiocasts. Além disso, terão a oportunidade de acessar ferramentas de comunicação instantânea, criar grupos e comunidades de interesses, bem como ministrarem ou assistirem aulas via Web e até por dispositivos móveis. Outro benefício direto é que todos os envolvidos poderão ter acesso ao calendário de eventos da instituição, datas de provas, divulgação de notas e boletos de mensalidade. “Um exemplo do uso da ferramenta no dia a dia é a possibilidade de criação dos trabalhos em grupo na internet, por vários alunos, em tempo real, independente de estarem fisicamente reunidos no mesmo local”, conta Schuch. Google Apps oferece capacidade de armazenamento 50 vezes maior que a média, o que representa 25 GB para cada conta de e-mail. Além disso, a solução poderá ser utilizada em qualquer lugar, com diversos dispositivos – de smartphone a notebook -, já que os dados estarão hospedados em nuvem.

“Com Google, queremos introduzir novos conceitos no processo educacional e romper com alguns paradigmas. Um dos mais relevantes é mudar o papel do professor, que deixa de ser agente, para se transformar em estimulador e orientador, e do aluno, que sai de uma função receptiva para assumir uma posição de agente. Pretendemos estimular o autoaprendizado, por meio da interatividade, a colaboração e a mobilidade, além de tornar as relações entre alunos e professores mais próximas e horizontais”, destaca Ana Maria Costa, vice-presidente Acadêmica.

Ao investir em uma plataforma digital inovadora, atualizada e flexível, a Anhanguera Educacional também permite ao estudante o contato com tecnologias utilizadas em grandes corporações no mundo, tornando-o mais preparado para desafios profissionais. “Queremos oferecer aos jovens trabalhadores que estudam na instituição a possibilidade de ter acesso às soluções tecnológicas mais avançadas do mercado, que contribuam para o seu aprimoramento acadêmico e profissional”, explica Antonio Carbonari Netto, fundador e presidente do Conselho de Administração da Anhanguera.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Pesquisa revela quem é o brasileiro a partir de seus valores

Pesquisa Marcondes Valores Brasil – 2010, inédita no País e realizada em outros 13 países, revela quais são os valores dos brasileiros, quais eles percebem no país hoje e quais são importantes para eles no futuro. O estudo permite traçar um paralelo dos valores percebidos na sociedade e os praticados nas empresas. “Organizações e pessoas buscam talentos e ambientes de trabalho em sintonia com seus valores”, diz Caio Brisolla, diretor executivo da Marcondes Consultoria.


O estudo foi desenvolvido com base numa metodologia consagrada mundialmente, o Modelo dos Sete Níveis de Consciência, de autoria de Richard Barrett, consultor e pesquisador britânico. Dentro deste Modelo, Barrett distribui os valores em sete categorias (níveis de consciência), voltadas para o interesse próprio, à transformação e ao bem comum.

Principais resultados


Em relação aos valores pessoais, os mais ressaltados se relacionam com a imagem do brasileiro como indivíduo “gregário”, amigável, honesto, alegre e humilde, que tem consideração pelos outros e procura contato próximo com as pessoas. Além disso, gosta de compartilhar alegria em suas interações, possui uma natureza modesta e esperança no que o futuro lhe reserva. Também valoriza princípios elevados como honestidade e justiça.

De modo geral, se mostrou bem crítico em relação aos valores presentes na sociedade, dando ênfase aos problemas que o afligem no dia-a-dia, tais como corrupção, violência, pobreza e desemprego.

Sobre o futuro, ele visualiza um País capaz de resolver suas principais questões estruturais ou de satisfação das necessidades básicas, relacionadas à redução da pobreza, criação de empregos, garantia de moradia e cuidados com a saúde. Ele também projeta condições para o desenvolvimento de uma cultura sustentável e o exercício de um papel mais amplo num mundo em que haja mais paz e justiça.

Mas a pesquisa mostra que há um traço muito forte de baixa estima, que aliada a pouca incidência de valores voltados para a ação e protagonismo, indica que o brasileiro apresenta um perfil de valores que dificulta a construção de uma solução coletiva para as questões mais importantes. “Fica muito claro ao olharmos para os resultados que o brasileiro tem consciência dos problemas, mas não tem a iniciativa para resolvê-los. Ao contrário, prefere delegar esta tarefa para “o outro”, diz Brisolla.

Na opinião de Odino Marcondes, sócio-diretor da Marcondes Consultoria, a pesquisa demonstra que os valores sociais têm impacto direto nas empresas. “Quando as organizações melhoram sua forma de se relacionar com a sociedade, isso conduz a uma mudança cultural muito benéfica. Em sentido inverso, valores que chamamos de limitantes interferem negativamente. É o caso da corrupção, que na pesquisa mostra ser um dos principais entraves do País. analisa Marcondes.

Um recorte da Geração Y

A Pesquisa Marcondes Valores Brasil – 2010 também traz diferentes retratos dos valores dos brasileiros estratificados por renda, sexo e nível de escolaridade. Um deles é a Geração Y. De acordo com o trabalho, este grupo de pessoas busca valores relacionados ao bem comum e à transformação, deseja significado em suas vidas e valorização de princípios elevados, tais como ética, humildade, honestidade, justiça. Por outro lado, valorizam a saúde e os relacionamentos; respeitam e querem ser respeitados pela competência; valorizam a independência, a iniciativa e a coragem. E mais: estão dispostos a correr riscos, porém, com responsabilidade e conhecimento.

Os brasileiros da Geração Y valorizam a honestidade, a confiança e a justiça nas relações. Entendem e apreciam a importância da generosidade e estão dispostos a ajudar. O trabalho ressalta que esses brasileiros possuem valores de uma cultura de alto desempenho, são abertos e valorizam relacionamentos verdadeiros, querem aprender, evoluir, buscam significado e pensam na comunidade.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Nova edição da Organicom destaca ouvidoria e comunicação

A nova edição da Organicom traz uma espécie de dossiê dos temas ouvidoria e comunicação. O lançamento da revista será no próximo dia 06 de dezembro, em evento na ABERJE.

Deverão aparecer por lá Antônio Rito, ouvidor do Ipea, que fará a palestra “Comunicação e libertação: aproximando a ouvidoria do cidadão”, além da equipe editorial da revista que tem como diretora a Professora Margarida Maria Krohling Kunsch.

A revista trará depoimentos, pesquisas, resenhas e uma entrevista. O material é rico e essencial para aqueles que desejam encontrar abordagens consistentes e variadas, enriquecendo o conhecimento tanto de professores e estudantes, como de profissionais da comunicação.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Investidores salvam mais um jornal

Desta vez, é o grupo espanhol Prisa, que controla o jornal El País, que recebeu o investimento de 900 milhões de euros. Agora, os donos do diário terão participação reduzida para 30% das ações. O investimento foi feito pelos empresários Nicolas Berggruen e Martin Franklin - os mesmos que já tinham comprado parte do francês Le Monde.


A imprensa tem perdido a sua força e influenciado cada vez menos. Teorias como a da Agenda Setting estão sendo desconstruídas. Pergunte a um jovem se ele teve a oportunidade de ler as revistas semanais ou um dos grandes jornais do país. Provavelmente, receberá um não como resposta. Mas questione o mesmo indivíduo se ele já publicou algo no Twitter ou atualizou seu Facebook. Provavelmente, já.

É a redistribuição e realocação dos poderes de derretimento. São as novas faces do mundo reveladas pela pós-modernidade.O derretimento dos sólidos, a desconstrução das convenções sociais estabelecidas do passado - éticas e morais - e a proposta de criação de uma nova ordem. Nem um molde está sendo quebrado sem que seja substituído por outro.






sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Lula e o Bolsa Família. O bem-estar de muitos

O presidente Lula vive uma condição privilegiada. Ele é protagonista tanto lá fora como por aqui em terras tupiniquins. Aliás, a grande maioria da sociedade brasileira o aprova. Nunca na história desse país, um governante teve uma popularidade tão alta. Segundo a CNI/Ibope, seu governo é considerado ótimo ou bom por 77% dos brasileiros. Ele é mais bem avaliado na região Nordeste, com 83%, e a menor aprovação vem do Sul, onde ele tem 71%.

Ele parece ser o cara! Mas a explicação dessa popularidade não está no fato de ele pertencer a uma das mais populares torcidas do país, a do Corinthians. Ela pode estar no Bolsa Família, principal programa de transferência de renda, que atende a 12 milhões de famílias. Isso que dizer que cerca de 60 milhões de pessoas no Brasil se beneficiam diretamente dessa iniciativa, que já foi legitimada pela população.
Julgando o fato pelos princípios de Bentham podemos dizer que os brasileiros estão aprovando o Lula, porque o Bolsa Família está aumentando a felicidade de um maior número. As ações são julgadas certas, neste caso, pela virtude de suas conseqüências. Mais gente está consumindo e comendo! A única conseqüência que permite atribuir à iniciativa que lhe ensejou um valor positivo é a quantidade de bem-estar que dela decorre. O bom efeito não está no êxito do Lula, mas na alegria de milhões de brasileiros.

Esse consequencialismo, baseado na felicidade do maior número, reflete uma moral finalista. Se recorrêssemos a Maquiavel, poderíamos dizer que o Bolsa Família não vale por ele mesmo, mas pelos seus efeitos e pele felicidade do agente, ou seja, do Lula. O efeito bom para qualquer ação é permitir a quem age, no caso o presidente, obter o que pretendia.

Portanto, Lula agiu bem porque determinou um efeito coincidente com o que pretendia quando lançou o Bolsa Família, se julgarmos que ele desejava poder político, reconhecimento e legitimidade. Agiu bem porque se deu bem, porque conseguiu o que queria. E como Lula se deu bem! Como nunca, acho. Para completar sua potência, falta um título no ano do Centenário do Corinthians. É isso!