quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Uma empresa pode interferir na aparência de um funcionário?

Há poucas semanas, o Bradesco foi condenado, pela 7ª Vara do Trabalho de Salvador, a pagar R$ 100 mil de indenização por dano moral coletivo, por discriminação estética. O banco proíbe que os seus funcionários usem barba. Segundo a sentença, a proibição constitui “conduta patronal que viola inequivocamente o direito fundamental à liberdade de dispor e construir a sua própria imagem em sua vida privada”. O banco foi procurado pela reportagem do Canal Rh, mas preferiu não se pronunciar.

A ação do Bradesco levanta diversos questionamentos. O primeiro deles é: Será que a atitude tomada pela instituição é um caso isolado ou é algo comumente praticado? O assunto é tabu para a maioria das corporações e elas evitam falar sobre as políticas que aplicam em relação ao tema.

Porém o gerente de Projeto do Grupo Foco Talentos, Gustavo Nascimento, informa que a prática é relativamente comum nas empresas. Segundo ele, geralmente funcionários que precisam lidar diretamente com o público são cobrados de seus empregadores – muitas vezes de forma indireta - para ter um cuidado maior com a aparência, pois ela tem “impacto direto na impressão do cliente”. Ele aconselha que o empregado, dentro do ambiente de trabalho, se lembrar de que “cumpre um papel de profissional”.

Para a advogada trabalhista Ana Amélia Mascarenhas Camargos, o colaborador, no ambiente de trabalho, tem de seguir as regras do empregador. Entretanto, há um limite para essa interferência da empresa na vida da pessoa. Ana Amélia cita alguns exemplos julgados pela Justiça sobre o assunto, entre eles um processo movido contra o Banco Mercantil, instituição que não admitia que seus funcionários tivessem cabelos compridos, chegando ao ponto de mandar embora por justa causa aqueles que tinham tal aparência. Ao julgar o caso, a Justiça foi contra ao banco e proferiu: “Cabelos compridos nada contra, Cristo tinha”, lembra a advogada.

Outro caso comentado pela especialista foi um processo movido por ex-colaboradoras contra uma rede de lojas. Segundo elas, a empresa as demitiu depois de terem engordado. A empresa acusada de preconceito foi absolvida por falta de provas, dado que a subjetividade do caso.

Cabelo black power

Nascimento também conhece casos de discriminação no ambiente de trabalho em razão da aparência. Ele cita um caso que vivenciou, quando cuidava de um processo de trainee para uma empresa que não aceitava funcionários de cabelos compridos. Um dos candidatos tinha essa característica e iria ser eliminado do processo por isso. Então, o consultor conversou com o candidato, explicou a situação e este concordou em cortar os cabelos, e assim continuou concorrendo à vaga.

Outro exemplo citado por Ana Amélia refere-se a uma empresa do ramo farmacêutico. Um empregado da instituição possuía cabelo estilo black power; a área em que ele trabalhava era de assepsia total, obrigando-o a usar uma touca na cabeça. Ocorre que, devido ao volume de seu cabelo, não havia touca que servisse.

A empresa entrou em contato com o funcionário e explicou a necessidade de cortar os cabelos. Entretanto, ele argumentou que mantinha o visual por questões políticas e culturais. A empresa então chamou o sindicato e resolveram – em acordo entre todas as partes – mudar o profissional de setor, solucionando a questão.

De acordo com a advogada, a empresa não pode interferir na aparência do funcionário por motivos estéticos. Todavia, se o empregado possuir uma característica que, por algum motivo (não estético), afete o desenvolvimento de seu trabalho, a empresa pode agir.

Para resolver essa questão, Ana Amélia orienta os empregadores a buscar o diálogo. Ela sugere que as empresas expliquem aos seus funcionários as razões de suas decisões, deixando bem claro os motivos de determinadas características físicas serem proibidas, explicitando que certos detalhes da aparência podem atrapalhar na execução do trabalho.

Concordando com a importância do diálogo, Nascimento ressalta a necessidade das empresas sempre orientarem seus empregados, conversando com eles sobre o assunto. Segundo ele, uma conversa madura pode resolver o problema.

Artigo escrito por Fabiano Lopes e publicado originalmente no Canal RH.

21 comentários:

Arnon disse...

Muito boa a postagem.
Estou passando por esse problema na empresa em que trabalho. Enfim... chega a ser um absurdo ter que cortar o cabelo só por não estar "bem baixinho" e social, e meu cabelo não está grande como falam, mas já estão me enchendo o saco pra que eu corte! Absurdo isso, e estou decidido que não farei esse favor, e este texto me ajudou bastante. Minha função na empresa, não é o creme dental que uso.

Mauricio e tamara disse...

Gostaria de saber se a empresa pode influir na cor do cabelo, pq eu sempre usava loiro e mudei para castanho escuro. Estou assim atualmente, so que quero fazer um Curso para Comissário de voo e saber se eles tem algo contra isso

Mauricio e tamara disse...

CONTINUAÇÃO trabalhei em um shopping e assim q entrei la estava minha raiz para fazer, mandaram eu mudar a cor, pq n mandaram eu retocar?

Anônimo disse...

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Unknown disse...

ola galera sou diones marques,faço parte do quadro de funcionarios de uma rede de estacionamentos bastante conhecida,a duas semanas fui promovido a encarregado e usava um corte de cabelo bem estiloso sempre fui de cuidar muito do meu visual,mais meu supervisor começou a pegar bastante no meu pé falando que eu não tinha o visual adequado para um cargo de superior,que tinha que cortar meu cabelo,essas cobranças começaram a ficar meio que insuportavel começei a ficar constrangido com as cobranças que ele fazia na frente de outros funcionarios então cedi raspei minha cabeça.virei motivo de chacota no edificio onde trabalho...sou de são paulo trabalho na avenida paulista 500

Anônimo disse...

pow difícil mesmo.

tenho cabelos cacheados, não são longos mas é difícil arrumar emprego que aceite.

cynthia.rebeca.dada disse...

Passo por esse tipo de cobrança no meu novo emprego. Fui aprovada pra trabalhar numa rede de revendas autorizadas de uma operadora de telefonia móvel. Meu cabelo estava roxo quando fio processo e, após aprovação, entrega de documentos e uniforme, me disseram que a cor não condizia à funcionalidade da empresa e me exigiram a troca da cor. Me deram um prazo pra isso e eu o cumpri, passando pro ruivo regular. Ainda assim estou sofrendo cobranças, alegando que a nova cor não condiz com as normas da empresa ainda. Queria saber se não existe mais ninguém com o cabelo Borgonha na rede de lojas. Reclamarem do roxo, ok. Agora, uma cor normal, que até um magistrado usaria, surreal

DHRB disse...

Eu trabalho numa empresa de mercados muito em Formosa muito famosa e eu coloquei trança eles falaram que eu tinha que tirar as tranças porque não era o padrão da empresa, só que não me apresentaram nenhuma explicação plausível pra isso simplesmente eu teria que tirar as minhas tranças porque não fazer a parte do Padrão da empresa é até até agora não me apresentaram essas normas escritas, eles não me deram meu contrato, falaram que é padrão da Empresa Mas há casos de pessoas com tranças na empresa ,eu não sei o que fazer eu quero muito recolocar minhas tranças eu tenho certeza que é implicância, entendeu E as minhas tranças Não atrapalhavam forma alguma o meu trabalho.��

DHRB disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Olá,bom dia. Gostaria de tirar algumas dúvidas, eu comecei a trabalhar numa empresa (rede de supermercados e magazine) tem quase 1 semana. Eu pinto meu cabelo de vermelho há 4 anos, as vezes mudo o tom, mas nunca tive coragem de pintar de preto. Porém, eu fiz todo o processo seletivo nesta empresa e em nenhum momento alguém interferiu na cor do meu cabelo, só depois que comecei a trabalhar, quando fui na loja conhecer a gerente. Ela disse que eu teria que pintar o meu cabelo porque a "empresa em geral" não aceita essa cor, sendo que, eu já vi algumas moças com cabelos da mesma cor que o meu na central de atendimento e em algumas lojas, então, achei um pouco pessoal e desnecessária a justificativa dela, até porque uso sempre um coque com redinha, então nem aparece meu cabelo inteiro. Enfim, o que eu quero saber, é se caso eu seja demitida, se posso entrar com um processo contra esta empresa em relação ao preconceito estético. Pois, a gerente praticamente ordenou que eu pintasse o meu cabelo de preto, e isso eu não vou fazer. Aguardo uma resposta. Bjs

Marcos Antonio Beneteli disse...

Sou a favor de algumas proibições imagina no se setor alimentício um elemento de barba igual do lula ou noel na verdade quem atende o público em geral deveria fazer barba eu faço de 2 em 2 dias e nem preciso de atender ninguém

Marcos Antonio Beneteli disse...

Sou a favor de algumas proibições imagina no se setor alimentício um elemento de barba igual do lula ou noel na verdade quem atende o público em geral deveria fazer barba eu faço de 2 em 2 dias e nem preciso de atender ninguém

Anônimo disse...

Nossa, to passando por um caso semelhante a esses tantos que estão aqui. tinha o cabelo comprido, preto. ai decidi por muito custo e pensar, clarear e cortar bem curto. além da discriminação, piadinhas ainda teve a ameaça de ser despedida. agora vou mudar a cor do cabelo para amenizar a situação e deixar crescer novamente. é complicado, pq a discriminação dos donos, vejo realmente a estranheza e discriminação dos clientes realmente. o problema é que precisamos trabalhar. ai ficamos naquela de colocar em risco o ganha pao, que está dificil de ter hj em dia encontrar outro.

Unknown disse...

Vou começa a trabalhar em uma rede de supermercado, e a psicóloga falo a seguinte frase ( vc tem que corta seu cabelo) daí eu falei então dó trabalho se eu corta meu cabelo? Ela falou que sim! Procurei um advogado. Ele falou que isso é preconceito de estética e a função que vou fazer mulher faz tbm no dia do estágio eu fui com ele preso.ninguém falo nada mas no final a supervisora pedio pra mim corta! Começo a trabalhar próxima semana. É vou corta somente a parte de trás e a costeleta. Digo não ao preconceito. É se me demitirem eu processo . Pq isso é algo estúpido. Eu digo não ao preconceito.

rafael disse...

Vai se fuder o careca do caralho

Anônimo disse...

Boa noite. Sou baiano e trabalho em Unidade Prisional. Já mantenho o corte de cabelo baixo, porém com um leve design. Atualmente venho sofrendo comentários e cobrancas do supervisor para manter o cabelo extremamente curto (tipo máquina 1 ou 2). Tenho lido alguns assuntos sobre discriminação estética o que tem me fortalecido para resistir a mudança do corte de meu cabelo.

Unknown disse...

Olá
Gostaria de saber, na empresa onde eu trabalho colocou regra para todas as mulheres de usar coque....
Usar o rabo de cavalo ja não atenderia a regra? Pq eu sinto muita dor no couro cabeludo devido meu cabelo se muito pesado.

Anônimo disse...

Tinha cabelo comprido e barba tive q cortar pra trabalhar no balcão de atendimento de uma padaria e menos dos 90 dias de experiência me mandaram embora a alguma coisa que posso fazer a respeito de mudar minha aparência e logo depois me derem a conta 1 ano deixando a barba creser me cinto ofendido por mudar a aparência depois de um ano cuidando da aparência pra eles me mandarem embora

Unknown disse...

Kkkkkkkkkkkkkkk Rafael q isso 😂

Unknown disse...

Acabei de fazer um processo seletivo hj em pleno século 21 . Eu fiquei esbabacado era uma rede de farmácias grande e conhecidas . Ela perguntou se tiraria meus dreds eu disse que sim .. mas antes ainda falou eu só estou perguntando pq se no caso vc já seria desclassificado .olha sinceramente quando entrarem em contato comigo se entrarem eu vou lar levar os documentos e vou avisar que não vou ficar pq eu não vou mudar meu cabelo para agradar ninguém .

zarinasachen disse...

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