quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Brasileiros enfrentam obstáculos para acessar sites multimídia

Um estudo recente da comScore revela que os brasileiros gastam menos tempo navegando em sites multimídia, que trazem vídeos, música e entretenimento. O trabalho mostra que, apesar de os internautas brasileiros visitarem estes espaços com frequência similar a do resto do mundo, eles navegam muito menos, em razão de obstáculos tecnológicos.

A comScore destaca que o Brasil tem baixa penetração de banda larga, o que inibe experiências de navegação mais duradouras aos conteúdos multimídia. Mas para a empresa de medição e marketing digital, a tendência é de mudança deste cenário, com o crescimeto da penetração de banda larga. Se considerarmos o bom momento da economia e a vocação do Brasil para a internet, esperamos que este cenário mude no médio prazo.

Ainda de acordo com a comScore, dos 20 maiores sites multimídia no Brasil, 12 são de compartilhamento de vídeos - todos incluem esta funcionalidade. O YouTube lidera a audiência mensal com 11,5 milhões de usuários, segundo dados de julho, seguido pela Globo Vídeos, com 8,3 milhões de visitantes, e MSN Vídeo, com 1,5 milhão.

Sobre a média de minutos de navegação por visita, temos o seguinte quadro: YouTube.com (12,9), Startvg.com (5), Real.com Network (4,5), Photobucket.com LLC (3.7), MSN Music (3,6), Ortubes.com (3,6), iG Megaplayer (2,8), 4 DH.com (2,7), Weshow.com (2,6), Globo Vídeos (2,5), WindowsMedia (2,3), Metacafe (2,3), MTV Networks Music (1.9), Break Media (1,9), Jokeroo Entertainment (1,1), MSN Vídeo (0,6), V70mmvideos.com (0,4), Videopop.com.br (0,2).

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Qual é o universo de blogs no mundo?

O mais recente levantamento do Technorati aponta que já são 133 milhões de blogs no mundo. É o que revela o estudo State of the Blogosphere. Claro, aqui estamos tratando apenas dos blogs indexados e não de toda a Blogosfera. Há muitos blogueiros – influenciadores, inclusive – que não estão preocupados com a contabilidade do Technorati e que fazem um tremendo sucesso entre os internautas.

O trabalho do Technorati reafirma que os blogs são um fenômeno global. São cerca de um milhão de posts publicados por dia – em 81 idiomas. Sobre o perfil destes blogueiros, objeto de estudo do Ponto de Desequilíbrio, o Technorati afirma que metade deles está no segundo blog e que 59% estão blogando há mais de dois anos.

Os blogueiros não são um grupo homogêneo. Mas a maioria é homem, com um nível educacional elevado. Três em cada quatro nos Estados Unidos, por exemplo, são universitários, 42% têm freqüentado curso de doutorado. Mais de metade tem uma renda familiar acima de $75,000.


A grande maioria, 79%, escreve a respeito de assuntos de interesse particular. Menos da metade, 46%, trata de seu mercado profissional e, uma pequena parte, 12% escreve para uma empresa. O estudo ressalta que há casos em que o blogueiro profissional atua como corporativo e pessoal.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A nova mídia é o consumidor


O título deste artigo foi tema de um debate recente promovido pela revista INFO Exame para tratar do crescimento das mídias sociais e das ações de empresas no ambiente da web 2.0. Também reforça o conceito de uma das maiores referências de mídia feita pelo consumidor: o Reclame Aqui.

O portal, o maior da América Latina em defesa do consumidor, segundo seus controladores, foi lançado há cinco anos e, de fato, tornou-se um canal de comunicação independente entre clientes e fornecedores, nas relações de consumo.

Neste espaço, o internauta faz, de maneira simples e sem custo, o seu cadastro e publica a sua reclamação contra uma determinada empresa. Do outro lado, a organização envolvida tem a possibilidade de postar sua resposta – geralmente apresentando uma solução para o caso.

O Reclame Aqui faz a mediação desta relação, inserindo figuras (conhecidas por smiles) para sinalizar o status do caso. São quatro categorias de classificação: reclamação não atendida ou atendida, aguardando posicionamento de uma das partes e consumidor insatisfeito.

Para completar, as queixas são utilizadas para gerar um ranking das organizações mais reclamadas, servindo de fonte legítima de consulta, inclusive, para órgãos de defesa do consumidor e para a imprensa mainstream.

Reclame Aqui é prova de que a tecnologia deu às pessoas um poder antes restrito às mídias tradicionais. Internautas – qualquer um, a despeito de sua formação ou poder aquisitivo – podem partilhar informações e definir agendas, interferindo na opinião pública e na imagem e reputação das corporações

E não adianta as organizações afirmarem que ainda vão amadurecer a idéia de se tornarem 2.0. Este movimento não depende apenas delas, mas dos consumidores, que estão batendo na portas das empresas, querendo abrir e manter um diálogo.

As corporações devem estar prontas para se comunicar com seus mais diversos públicos, inclusive, com este consumidor 2.0. É um novo tempo. Ainda não sabemos se pior, ou melhor, apenas que as regras e valores estão em transição.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

As vantagens do blog corporativo em momentos de crise


Comunicar-se de forma 2.0 pode ser um grande diferencial na administração de uma crise empresarial. Este processo deve pressupor clareza (por influência de Clóvis de Barros Filho sou contra o uso do termo transparência. O vidro é transparente. Em comunicação corporativa, queremos exatamente o contrário. Pretendemos que a organização seja amplamente vista por todos), agilidade e uma política de comunicação franca e aberta.

As crises expõem as fraquezas de uma organização, mas também provam a sua força. Uma atitude empresarial 2.0, a objetividade e a eficiência na adoção das iniciativas pertinentes ampliam as chances de que as fases críticas sejam superadas, minimizando os danos à imagem e reputação.

O site da organização pode servir como um bom canal de informações atualizadas. Mas um blog corporativo ampliaria a atuação da companhia no esclarecimento dos fatos e defesa de sua marca, por sua capacidade de interação e colaboração. Em momento de crise, um blog pode ser, ao mesmo tempo, uma fonte permanente e oficial, além de meio de troca de informações relevantes, para a imprensa e demais públicos de interesse da organização.

Toda e qualquer comunicação deve ser acompanhada de ações que demonstrem o desejo da companhia em esclarecer a situação ou corrigir a problema, como afirma Nemércio Nogueira.
Prático, rápido e versátil o blog constitui um eficiente canal de comunicação, inclusive, com os próprios funcionários da companhia.

O blog corporativo como um instrumento para responder à crise deve estimular comentários e perguntas que possam permitir que a empresa detecte os aspectos da crise mais pertinentes sob outro ponto de vista – de fora para dentro. Ele também apresenta outra vantagem, redução do volume de ligações que a companhia certamente irá receber de consumidores e outros interessados no tema.

Como destaca José Benedito Pinho, as características de instantaneidade da rede mundial são positivas e valiosas, permitindo ao gestor responder logo a situações de crise, reagir prontamente às notícias e capitalizar rapidamente situações desfavoráveis que se apresentem no decorrer do processo de gerenciamento de uma crise já instalada.

Neste cenário, temos de considerar outro elemento bastante pertinente. A internet é uma fonte inesgotável de boatos e de trotes que circulam com regularidade – uma das atividades mais populares de internautas. A disseminação de boatos é rápida e a empresa deve responder, de forma criteriosa, a estes ataques. Portanto, é fundamental que o blog seja mediado e monitorado por uma equipe multidisciplinar, respeitando as diferenças de opiniões embasadas e responsáveis dos internautas.

É importante apontar ainda que se organização decidir não participar das discussões da Web, outros farão isso por ela e em nome dela. Portanto, a iniciativa de tentar centralizar os debates em um blog corporativo pode assegurar à empresa outras oportunidades de comunicação, conscientizando e orientando a opinião pública acerca dos fatos.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Os Blogs chegaram. Para ficar...

Um estudo recente da LVBA Interativa revela que a imprensa brasileira, embora ainda se divida em relação à credibilidade do conteúdo publicado nos blogs escritos por profissionais de outras áreas, vem cada vez mais utilizando este meio. O trabalho “Jornalismo na Era Digital” ouviu, por e-mail, a opinião de 604 jornalistas de diferentes editorias de todo o país, entre os dias 30 de junho e 15 de julho, incluindo as mídias de TV, rádio, internet, jornal e revista.

De acordo com a sondagem, 46,2% consideram os blogs mantidos por não-jornalistas boas fontes de informação, enquanto 40,4% desconfiam das informações postadas nestes espaços. Outros 13,2% dizem que jamais consultam estes meios. Ainda quando o assunto é blog, quase 60% afirmam que mantêm páginas pessoais e 10,2% têm contas no Flickr, site dedicado a conteúdo colaborativo de postagem de fotos.

Quase 60% dos entrevistados revelam que passaram a escrever para a mídia online, mantendo a atividade jornalística anterior, com o crescimento da internet. Segundo o estudo, 45,3% escrevem matérias para sites de seu interesse.

Para 76,2%, as fontes digitais passaram a complementar o trabalho de apuração de informações. Pouco mais da metade dos entrevistados, 55,1%, iniciou o desenvolvimento alguma atividade jornalística nos últimos anos. Praticamente todos os profissionais ouvidos declaram que o jornalismo tornou-se mais dinâmico com a expansão da internet.

Esta sondagem nos ajuda a entender melhor a relação da imprensa com a internet e a chamada Web colaborativa. A LVBA Interativa também está investindo em uma pesquisa para conhecer as atitudes e comportamentos de blogueiros não-jornalistas. O trabalho deverá ser concluído em breve.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Selecionar blogs de interesse não é plano de mídia

Ao contrário do que muitos têm feito no mercado de comunicação, divulgar uma marca ou um produto na blogosfera exige do gestor de comunicação mais do que a elaboração de um plano de mídia que contemple os blogs de maior audiência. A lista dos 100 mais lidos deve servir apenas de base para um trabalho inteligente na rede. O alvo é a pessoa que está por trás de um blog XPTO, medindo a sua capacidade de influência e de trato da informação relevante que você pretende disseminar.

Este tema foi levantado de forma brilhante, ontem, por Wagner Martins, no evento da Info Exame Redes Sociais – a nova mídia é o consumidor. Segundo ele, há ótimos blogs na mídia tradicional, por exemplo, que não aparecem nas listas de mais acessados, como os do Juca Kfouri, Paulo Henrique Amorin e Marcos Mion, mas que têm enorme penetração. A chave do sucesso, na opinião de Martins, é a descentralização. Ou seja, pensar na blogosfera como algo distinto do modelo de mídia de massa com o qual estamos acostumados.

Muitos blogueiros podem não estar dispostos a abrir as suas portas para os interesses de empresas e agências. Há espaços onde você pode não ser bem-vindo. Portanto, é fundamental combinar a construção e o fomento de relacionamentos com a relevância da informação. Conseguimos realizar parte deste trabalho mapeando a rede, identificando quem são os comunicadores, os especialistas e os vendedores. Ou, na linguagem da propaganda, abelha ou alfa. Neste cenário, entendo que temos de considerar amostragens de blogs.

Blog não é um meio de massa, mas de nicho. Prefiro chamar de meio. Questiono bastante se estes diários eletrônicos são, por natureza, uma mídia. Em pouco tempo – em dois ou três anos, talvez – é possível que cada um de nós tenha um blog, assim como temos um e-mail. Em muitos casos, mais de um e-mail e, portanto, poderemos ter dois ou mais blogs. Pensar na blogosfera apenas como mídia é uma forma limitada de ler o Ciberespaço. Na blogosfera, a comunicação deve ser one-to-one e humanizada.